Com a “cara dos Jogos”, evento-teste dos saltos ornamentais começa nesta sexta
Copa do Mundo da modalidade distribui 88 vagas olímpicas no Maria Lenk, que já conta com a segurança realizada pela Força Nacional. Brasil luta por vagas no individual
Revista na entrada, gradeamento e diversos homens da Força Nacional pela instalação. Na piscina do Parque Aquático Maria Lenk, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, 217 atletas de 46 países. São 88 vagas olímpicas em disputa nos seis dias da Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, evento da Federação Internacional de Natação (FINA) a partir desta sexta (19.02) e que é teste para o Rio 2016. Mas não é um teste comum. A competição conta com a segurança já nos moldes dos Jogos Olímpicos, com poucas diferenças. As exigências para a organização são mais altas. É o que faz dele um evento-teste chamado de “major”.
“O requisito técnico é muito maior, os parâmetros são mais rígidos. Como em outros eventos, testamos a tecnologia de resultados, a área de competição, mas vamos testar mais árbitros, a força de trabalho é exigida em um nível maior. A arbitragem será parecida com o que será nos Jogos, a operação de zona mista (área de entrevistas) também. São vários elementos que fazem com que a equipe seja mais exigida”, disse Agberto Guimarães, diretor executivo de Esportes do Comitê Rio 2016.
Entre os aspectos observados, também estão a área médica e o trabalho dos voluntários: dos 584 no total, 72 são específicos do esporte e trabalharão em dois turnos, assim como está previsto no chamado “games time”. A interação evento esportivo-segurança é outro aspecto fundamental. “A gente começa a fazer com que os órgãos de segurança consigam entender o que a gente está fazendo, como é o nosso trabalho, para eles fazerem os ajustes até os Jogos. É um evento que começa a tomar a cara dos Jogos”, disse Agberto.
Primeiras impressões
Para as delegações, a missão é dupla: garantir o máximo de vagas possível e conhecer o Maria Lenk, instalação que receberá a competição de saltos ornamentais em agosto. Construída em 2007 para o Pan, o parque aquático foi reformadopara o Rio 2016 e agora conta com um ginásio para treinamento a seco, novas superfícies nas plataformas e uma piscina de aquecimento. A equipe dos Estados Unidos ficou encantada com a estrutura, segundo o chefe da delegação, Steve Foley.
“Adorei. É uma instalação realmente muito boa. O fato de ter três trampolins de 3m, ótimas plataformas, e é uma piscina muito longa, você consegue ver bem aonde vão os atletas. E sobre o ginásio (de treinamento a seco)… queremos levá-lo de volta para os Estados Unidos! Os atletas adoraram”, contou.
Mais que irmãs
Os atletas consideram tão importante conhecer o local que há alguns que não vão competir, mas vieram para ter uma ideia de como é o Maria Lenk. É o caso das canadenses Meaghan Benfeito e Roseline Filion. Uma lesão no tornozelo de Roseline as impediu de disputar a plataforma sincronizada na Copa do Mundo. Mas as medalhistas olímpicas (bronze em Londres 2012) e mundiais (prata em Kazan 2015 e em Barcelona 2013) na plataforma de 10m sincronizado fizeram questão de estar no Rio.
“É muito importante conhecer a piscina antes dos Jogos. Vim treinar e conhecer os aspectos-chave. Por exemplo, faz muito calor e não estamos acostumados a isso. Viemos aqui em 2014, e eu também estive aqui em 2007 para o Pan. Mas tem estrutura nova, adorei o ginásio, é muito perto da piscina e isso é importante”, explicou Meaghan, que também tem vaga garantida na disputa individual da plataforma no Rio 2016.
Saltando juntas há 11 anos, Roseline e Meaghan estão determinadas a aumentar a coleção de medalhas em agosto. “Quando você está no pódio, você não quer sair dali. E você sempre quer melhorar. Enquanto Roseline se recupera da lesão, estou mais focada no individual. Mas quando ela voltar, focaremos de novo no sincronizado. Estamos juntas há tampo tempo que não me preocupo. Somos mais que irmãs, nos conhecemos muito bem. Acho que é por isso que competimos bem também”, contou.
O desafio do Brasil
Por ser sede, o Brasil tem vaga garantida nos Jogos nas quatro disputas de sincronizado: plataforma 10m masculino, plataforma 10m feminino, trampolim 3m masculino e trampolim 3m feminino. Além do país-sede, os medalhistas do Mundial de Kazan 2015 em cada prova também carimbaram o passaporte. As outras quatro vagas serão dadas aos quatro melhores colocados na Copa do Mundo, totalizando os oito participantes de cada disputa.
No individual é que está o grande desafio brasileiro. Vão se classificar para os Jogos os 18 semifinalistas de cada uma das quatro provas. A Copa do Mundo é a última chance de garantir vagas para o Brasil.
“A gente tem condições de conseguir de três a cinco vagas. Não vai ser fácil, mas temos uma geração de atletas experientes, como o Hugo Parisi, o César Castro e a Juliana Veloso, e temos uma outra geração nova, que tem muito talento, mas não tem experiência. É uma equipe bem mesclada, mas todos estão bem. Está todo mundo bem focado”, disse Ricardo Moreira, coordenador da equipe brasileira de saltos.
Um dos atletas mais experientes, Hugo Parisi deve disputar a plataforma de 10m sincronizado com Jackson Rondinelli nos Jogos. Mas ele quer sair da Copa do Mundo com a certeza de disputar também o individual na quarta Olimpíada da carreira.
“Os dois (individual e sincronizado) são muito importantes, mas a gente deu uma atenção maior pro individual aqui por estarem em jogo as vagas. Se eu conseguir (no individual), vai ser muito especial. Deve ser algo incrível para o atleta disputar os Jogos em casa, com amigos e família na arquibancada”, finalizou.
Fonte: brasil2016.gov.br