Oito medalhistas levarão no DF tocha olímpica em revezamento nas ruas

Capital é o primeiro destino do fogo; percurso será de 104 quilômetros. Entre os atletas estão Leila, Paula Pequeno, Lúcio e Joaquim Cruz.

O governo do Distrito Federal divulgou nesta quinta-feira (28) os nomes de 25 dos 143 condutores que levarão a tocha olímpica pelas ruas de Brasília, na próxima terça (3). A capital é o primeiro destino do fogo olímpico no país, com um percurso de 104 quilômetros que passará por 15 monumentos e cinco regiões administrativas.

A lista de indicados pelo GDF inclui oito atletas olímpicos que têm alguma relação com Brasília. Joaquim Cruz e Joilto Bonfim (atletismo), Leila Barros e Paula Pequeno (vôlei), Hugo Parisi (saltos ornamentais), João José Vianna (“Pipoka”, do basquete), Lúcio (futebol) e Leandro Macedo (triatlo) carregarão a tocha.

Também foram indicados pelo governo local atletas militares, escolares e universitários, além de um representante dos povos indígenas e um refugiado sírio. Seis membros das forças de segurança do DF também compõem o grupo.

“É uma  operação muito grande que envolve todas as áreas  do governo. Está tudo preparado para que a tocha possa passar sem causar grandes transtornos à cidade. Estamos muito felizes e animados, nos sentimos preparados para receber esse símbolo”, declarou o governador Rodrigo Rollemberg.

O percurso da tocha foi detalhado na última semana. O fogo olímpico chega ao Aeroporto JK nas primeiras horas da manhã e será recepcionado por Rollemberg no terminal. Além das principais atrações turísticas no Eixo Monumental, o percurso inclui trechos da Asa Sul, do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), do Riacho Fundo II e de Taguatinga.

O fogo também será levado pelo Lago Paranoá e pelo Parque Nacional de Brasília, em reverência às belezas naturais da capital. Dos 104 quilômetros totais de percurso, 40 quilômetros serão feitos com a tocha nas mãos dos condutores, em barcos, veículos, caminhada, corrida e rapel.

O fim do percurso, já nas primeiras horas da noite de terça, será marcado por uma celebração na Esplanada dos Ministérios, com shows de Daniela Mercury e Diogo Nogueira, além de artistas locais, grupos de cultura regional e representantes de diversas religiões.

A capital será a primeira cidade do país a receber o fogo, que também passará pelos 26 estados até o dia 5 de agosto, quando começa a competição. O fogo vem diretamente da Suíça, onde será exposto no Museu Olímpico de Lausanne neste fim de semana. A tocha foi acesa no dia 21, na Grécia, e só será apagada ao fim da competição olímpica, em agosto.

Mais atrações
O governo do DF deve gastar cerca de R$ 3,8 milhões com toda a estrutura para receber o evento. Desse total, R$ 541,6 mil serão usados para a montagem do palco, de banheiros químicos e quiosques para a celebração na Esplanada. Os cachês artísticos totalizam R$ 500 mil e serão pagos com verbas dos ministérios da Cultura e do Turismo.

Entre os monumentos a serem visitados durante o percurso da Tocha estão a Igrejinha da 307 Sul, o Palácio do Itamaraty, o Memorial JK e a Ponte JK. No Memorial dos Povos Indígenas, a chama será recebida por representantes de tribos da região. O roteiro prevê uma “cerimônia do fogo” similar às realizadas pelas tribos.

O percurso de revezamento da tocha olímpica se encerra na Torre de TV, que terá funcionamento especial na terça. Pela primeira vez, o mirante estará aberto durante o período noturno, até as 22h30. O secretário-adjunto de Turismo, Jaime Recena, afirma que uma nova iluminação já foi testada e será inaugurada durante o evento.

“É um  outro presente para a cidade, as pessoas poderem contemplar essa visão. É um primeiro teste, para sabermos a demanda que haverá pela visita. Se der certo, nossa ideia é oferecer novamente em datas e momentos especiais”, afirmou Recena.

Segurança e sigilo
Parte das informações sobre o revezamento ainda era mantida em sigilo até esta quinta. A ordem dos condutores e o momento da participação de cada medalhista, por exemplo, não serão divulgados com antecedência. Embora políticos não possam participar da condução, a secretária de Esporte e Lazer, Leila Barros, foi convidada pelo comitê por ser medalhista olímpica.

O esquema de segurança envolverá 3,5 mil profissionais das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Segurança Pública. Destes, 148 oficiais atuarão junto ao comboio da tocha por todo o percurso. A Força Nacional fará “ação aproximada” em algumas partes do percurso, mas não atuará por todo o trajeto, segundo o GDF.

A secretária de Segurança, Márcia de Alencar, afirmou que o risco de manifestações políticas está sendo monitorado e foi incluído no plano operacional. Não há, no entanto, previsão de alambrados ou cordões de revista na Esplanada dos Ministérios com a intenção específica de barrar os protestos.

“Temos que seguir todo o protocolo internacional. Nossa inteligência fez um mapeamento das possíveis manifestações para que sejam neutralizadas e não interfiram no trajeto da Tocha. A Esplanada, nesse dia, será da cultura, da diversidade e da paz”, declarou Márcia.

Confira quem são os oito atletas olímpicos a levar a Tocha em Brasília:

– Joaquim Cruz: nascido em Taguatinga, é o maior nome da história do atletismo nacional. Foi medalhista de ouro nos 800 metros em Los Angeles 1984, e de prata na mesma prova em Seul 1988.

– Paula Pequeno: nascida em Brasília e jogadora do Brasília Vôlei, foi ouro no Pan-Americano de Guadalajara 2011 e nos Jogos Olímpicos Pequim 2008 e Londres 2012.

– Leila Barros: medalhista de bronze em Atlanta 1996 e Sydney 2000 e ouro no Pan-Americano de Winnipeg 1999, é a atual secretária de Esporte e Lazer do Distrito Federal.

– Hugo Parisi: um dos principais nomes dos saltos ornamentais no país, o brasiliense está classificado para os jogos do Rio 2016 e busca a classificação entre os 12 melhores, inédita para o Brasil.

– Pipoka: nascido em Brasília, jogou na NBA e participou da conquista histórica do Brasil sobre a seleção norte-americana de basquete no Pan-Americano de Indianápolis 1987. Após deixar as quadras, atuou na gestão dos Centros Olímpicos do DF.

– Lúcio: nascido em Planaltina, o zagueiro foi pentacampeão com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002, disputada no Japão e na Coreia do Sul.

– Leandro Macedo: nascido em Porto Alegre, se mudou para Brasília aos 6 anos e se tornou um dos principais triatletas do país. O 14º lugar obtido nas Olímpiadas de Sidney 2000 ainda é o melhor resultado de um brasileiro nos Jogos, 16 anos depois. Hoje, Leandro atua como técnico da modalidade na Confederação Brasileira de Triatlo.

– Joilto Bonfim: carioca radicado em Brasília, o atleta é especialista nos 110 metros com barreiras e participou do Pan-Americano de Havana 1991 e das Olimpíadas de Barcelona 1992. Foi sete vezes campeão brasileiro e levou três ouros sul-americanos.

Fonte: G1 – Globo.com