Fonte: FinalSports
O Brasil está em Londres com três atletas para representá-lo nas competições de Saltos Ornamentais dos Jogos Olímpicos. Juliana Veloso (trampolim de 3m), César Castro (trampolim de 3m) e Hugo Parisi (plataforma de 10 metros). Num esporte que se anuncia dominado pela China (que ganhou sete dos oito ouros possíveis em 2008), os brasileiros acreditam num bom desempenho e a expectativa é a de que os três passem para as finais.
“Ainda não chegamos ao nível dos chineses, claro. Mas nossos atletas têm feitos várias finais”
, explica Roberto Gonçalves, chefe da equipe nos Jogos Olímpicos.
Para conseguir o objetivo, os atletas chegaram com pelo menos 10 dias de antecedência para a reta final da preparação. Algo importante, na opinião de Gonçalves, especialmente pela possibilidade de se acostumar com o Parque Aquático.
“Quanto mais tempo você passar treinando na piscina, mais referências é possível pegar. Mas isso tem um limite. Porque treinar demais no local de competição pode aumentar a ansiedade do atleta”
, pondera o chefe.
Mas Juliana Veloso já é escolada em Jogos Olímpicos. Presente na competição desde Sidney 2000, ela sabe o que a espera, embora vá competir em nova prova. Depois de Pequim-2008, Juliana trocou a plataforma pelo trampolim de 3 metros, na qual compete nesta sexta-feira, 3 de agosto.
“A prova de plataforma é muito desgastante, machuca muito. Está na hora de aparecer alguém mais jovem para representar o Brasil nela”
, explica. Juliana comemora a chance de poder treinar no Centro Aquático.
“Para mim, é o principal da última fase de preparação. Eu estou acostumada a saltar em piscina aberta, com um sol apenas. Aqui parece que tem uns 300 sóis, tantos são os refletores”
, brinca.
“O reflexo na água incomoda, a piscina é muito clara. Mas eu tenho que manter o olho aberto. Então foi bom poder treinar aqui para me acostumar. No início, fiquei um pouco desorientada”
, diz.
Competindo na mesma prova de Juliana, César Castro está em sua terceira edição de Jogos Olímpicos.
“A visão sobre isso tudo muda. Na primeira, você fica muito impressionado. Na segunda, tenta se acostumar. E, na terceira, você repara em outras coisas, como nos detalhes da organização, e aquelas câmeras todas não te assustam mais”
, reflete.
A experiência prévia deu a ele outra noção do que fazer nos dias anteriores à competição, na segunda-feira, 6 de agosto.
“Fiz uns treinos para reconhecer a piscina e já percebi que os saltos têm saído bem. Mas agora não é hora de treinar muito. Prefiro manter a concentração, conversar com pessoas agradáveis”
, explica.
Hugo Parisi, último brasileiro a entrar na competição (na sexta-feira, 10 de agosto) vai competir na plataforma de 10 metros. Também na terceira edição de Jogos, ele quer chegar às finais. Para isso, optou por fazer a fase final de preparação no Centro de Treinamento Crystal Palace, base exclusiva do Brasil em Londres.
“Estou mais maduro, mais experiente e sabendo o que preciso fazer para alcançar o meu objetivo. Não vai ser fácil porque tenho pela frente excelentes competidores, mas estou cumprindo à risca o planejamento traçado”
, diz Hugo, que decidiu manter a rotina de seus saltos para evitar qualquer problema.
“Cheguei a treinar um salto mais arriscado, mas vi que seria complicado uma mudança agora. Vou executar o que vinha trabalhando, que também tem um bom grau de dificuldade”
, conta.
César Castro faz coro e acredita que é possível para o Brasil participar das finais.
“Os três têm condições. Mas para chegar à final, temos que passar pela preliminar. Precisamos estar concentrados o tempo todo.”